O compilado que a gente gosta de novos discos, novos artistas, novos singles e afins. Bora lá.
Para quem não para de ouvir Os Garotin, assim como eu, vale gastar um tempo descobrindo os trabalhos solo dos três que formam a banda. Cupertino é uma mistura agridoce de John Mayer com Jorge Ben; Anchietx está no território em que o hip-hop se encontra com o R&B que D’angelo faz melhor que ninguém; já Leo Guima é o mais festivo e bem-humorado de todos. Por fim, uma das descobertas mais interessantes dos últimos dias: Tilar é uma banda alemã que faz um disco-soul-fusion finíssimo.
CUPERTINO - MAIS UMA HISTÓRIA DE AMOR (EP)
ANCHIETX - LUCAS
LEO GUIMA - SÓ VEM
TILAR - UNITE & HEAL
Para tocar no café da manhã ou no café da tarde. Os discos de Pedro Emílio e de Seu Pereira certamente também servem para outras ocasiões, passeando entre o R&B (Pedro) e o rock (Seu Pereira). Todos, entretanto, têm uma nostalgia deliciosa em suas produções. Zé Ibarra e Joaquim têm em comum serem mais filhos das baladas mineiras, remetendo a quem gosta de Rubel, Tim Bernardes, mas também de Guilherme Arantes e Ivan Lins.
PEDRO EMÍLIO - ENQUANTO OS DISTRAÍDOS AMAM
SEU PEREIRA E COLETIVO 401 - OBSOLETO
JOAQUIM - VARANDA DOS PALPITES
ZÉ IBARRA - AFIM
Acabou, mas ainda vale: quem vive no Nordeste e respira concorda que essa é a melhor época do ano (carnaval? Por favor, não tem pamonha com queijo coalho assado). E se João Gomes é o nome que une a todos, Mestrinho é o vetor que eleva a qualidade musical. Vale também ouvir Dorgival no mesmo Macaco Sessions.
JOÃO GOMES, JOTAPÊ E MESTRINHO - DOMINGUINHO
MESTRINHO - MACACO SESSIONS (AO VIVO)
DORGIVAL DANTAS - MACACO SESSIONS (AO VIVO)
Entre violões e guitarras experimentais, entre o folk clássico e o soft rock. Para ouvir com ouvidos dispostos: Mk.gee é uma espécie de neo-guitar-hero da geração Z, chamando atenção pelo que eu chamaria de soft-rock futurista. Samia faz um som que parece um encontro entre Alanis Morrisette e Lizzy McAlpine. Já Adam Melchor chega ao seu terceiro álbum fazendo o básico muito bem feito. Bom, Sufjan decidiu lançar uma edição de aniversário de um dos melhores discos de todos os tempos. James Smith emociona e empolga no mesmo disco, com direito a participação da britânica Eloise (através dela que conheci seu som).
SAMIA - BLODLESS
SUFJAN STEVENS - CARRIE & LOWELL (10TH ANNIVERSARY)
ADAM MELCHOR - THE DIARY OF LIVING
MK.GEE - TWO STAR & THE DREAM POLICE
JAMES SMITH - COMMON PEOPLE
Moptop em Recife
Bom, esse era um momento inesperado em inúmeros sentidos. Eu não era grande fã do Moptop quando eles estavam em alta lá nos anos 2000. Eu só ouvia os hits e gostava da banda, mas tratava como um grupo que tentava emular os Strokes. Até que em momentos de nostalgia, voltando a ouvir os hits, eu me peguei ouvindo os discos em loop. Se em Aonde Quer Chegar ou O Rock Acabou a dopamina indie millenial vai no talo, é nas ótimas Contramão ou 2046 que a gente percebe que o som dos caras envelheceu tão bem quanto suas maiores influências.
Mas se 2025 está no top 3 anos mais loucos da minha vida, ele traz consigo o anúncio de que a banda voltaria em turnê e com disco novo. O show em Recife foi logo anunciado por módicos 80 conto e eu moro a 2h da cidade. Era tudo que eu precisava: viajar sozinho, ir a um show de rock, suar nostalgia e cantar berrando.
Os caras estão afinados, fazendo um showzaço. São contidos, mas transmitem a energia que suas músicas pedem. E em Recife é aquela coisa: o objetivo da plateia é cantar mais alto que o artista. Objetivo atingido com sucesso.
Long Day, o novo álbum, é um disco de indie rock dando algum frescor ao catálogo da banda, já que é possível criticá-los por certa homogeneidade nos arranjos. Há um bom grupo de composições interessantes, em especial os três singles lançados (Ghosts, Last Time, Tightrope — ótimos no palco, inclusive). A torcida é que apesar da distância geográfica da banda, eles possam se manter na ativa, mesmo que com lacunas temporais.
Termino com essas catarses musicais aqui. Um xêro.
Rapaz, acredito não quen perdi isso. Se eu soubesse tinha ido.